As marchas populares foram criadas, em Lisboa, em 1932, por iniciativa do jornalista e cineasta Leitão de Barros aquando das Festas da Cidade de Lisboa. Nunca corresponderam a qualquer tradição popular organizada. Setúbal, quatro anos depois, em 1936, quis imitar Lisboa e lá se arranjaram seis marchas. As marchas concorrentes foram as da Rua de São Sebastião, Travessa da Saúde, Rua Direita de Tróino, Olhos de Água, Largo da Portuguesa e Largo das Machadas. Desfilaram na Praça de Touros, que estava cheia de espetadores e o Júri deu prémios a todas as marchas. As marchas, em Setúbal, devido às dificuldades económicas que existiam, foi uma autêntica parada de mascarados, nada representativa da cidade e dos seus costumes.
Em junho de 1968 a Câmara Municipal resolveu organizar novamente as marchas populares e contou com três grupos representantes do Bairro Carmona, Bairro Trindade e Bairro da Palhavã. Houve um desfile na Avenida Luísa Todi e outro na Praça de Touros já com marcações. Nessa noite atuou o cantor da moda António Calvário. Os bilhetes do “sol” custaram o equivalente hoje a três euros.
Em junho de 1988 as marchas populares de Setúbal voltaram a marchar na Avenida Luísa Todi devido a uma iniciativa da vereadora Paula Costa. Muita gente a assistiu aos desfiles, pois há 20 anos que não eram organizadas marchas em Setúbal. O final do concurso das marchas, agora com oito grupos, foi na Praça de Touros Carlos Relvas e ficou vencedora a marcha da Sociedade Musical Capricho Setubalense.
A partir desse ano as marchas foram a continuar, com mais brilho e organização, sendo hoje uma parte importante da cultura popular setubalense.
Professor Alberto de Sousa Pereira