A praia da Albarquel durante dezenas de anos foi contemplada com um prédio.
inacabado, quase em ruínas e com péssimo aspeto na zona nascente da praia, junto ao antigo forte, onde outrora estava um parque de estacionamento. Os setubalenses interrogaram-se, durante anos, sobre as razões de tal aberração que tem uma história interessante, mas pouco conhecida.
Em 1964 o ministério das Finanças descobriu que tinha a posse de um terreno, sem utilidade, na praia da Albarquel e resolveu colocá-lo à venda em leilão.
O terreno foi comprado por uma empresa de construção civil, da Costa da Caparica, que em 1969 apresentou, na Câmara Municipal de Setúbal, um projeto de construção de um hotel de cinco pisos no local. A Câmara Municipal de Setúbal aprovou a obra que começou, em 1972, a sua construção, mas depois do 25 de abril de 1974 a empresa começou a ter dificuldades financeiras, parou a obra e depois acabou por ir à falência.
A obra ficou inacabada, ao abandono e apenas era utilizada por pessoas sem-abrigo ou toxicodependentes.
No ano 2000, o último ano do século XX, a Câmara Municipal de Setúbal resolveu encerrar o assunto.
Expropriou o terreno e abriu um concurso para demolição das ruínas do suposto hotel e a remoção dos entulhos.
O custo da demolição foi 13.000 contos, ou seja, uns 110.000 € (valores corrigidos à inflação). Em janeiro de 2001 as obras de demolição começaram e no verão desse ano os setubalenses, finalmente, viram-se livres daquele horrível mamarracho.
Professor Alberto Sousa Pereira