Comemoram-se atualmente os 100 anos do porto de Setúbal mas, na realidade, ainda faltam uns bons anos para esse centenário.
Tudo começou em 1921 quando o deputado Joaquim Brandão apresentou um projeto de lei sobre um novo porto para Setúbal. Mas a CMS contestou o projeto, devido a disputas partidárias, pois a CMS era do poderoso Partido Democrático e o Joaquim Brandão, prestigiado político, pertencia ao Partido Liberal.
Passados dois anos foi publicada a Lei n.º 1517, em 18 de Dezembro de 1923, que criou a Junta Autónoma das Obras do Porto e Barra de Setúbal e do Rio Sado. A Junta, formada por prestigiados setubalenses, tomou posse em Fevereiro de 1924.
Foi escolhido, em 1925, o engenheiro Afonso de Melo Cid Perestrelo para elaborar o anteprojeto do porto que foi apresentado e aprovado em Fevereiro de 1926 . O seu custo seria cerca de 25.000 contos. Uns 27 milhões de euros a preços de hoje e corrigidas as taxas de inflação.
No Verão de 1930 obra foi entregue, por concurso, à empresa Hosgard & Amp; Schultz, dinamarquesa, em colaboração, nos serviços de dragagens, com a empresa holandesa De Vries Den Bosch.
Finalmente no dia 28 de Julho de 1930 foi lançada a primeira pedra do porto numa luzidia cerimónia. Esta pedra foi colocada sensivelmente em frente do antigo nicho da Senhora do Cais, no baluarte Sul do antigo quartel do RI11. O local exato está, infelizmente, coberto pelo grande armazém a Sul do nicho.
Professor Alberto Sousa Pereira