Padre Rui Gouveia abraça a comunidade

Padre Rui Gouveia abraça a comunidade

Foi de portas abertas e um sorriso luminoso que o Padre Rui Gouveia nos recebeu na Igreja da Anunciada. Desde que tomou posse no passado 8 de setembro, sucedendo a D. Fernando Paiva, agora bispo de Beja, este madeirense de origem tem sido incansável.

Nascido em 1975 na África do Sul, de pais emigrantes, inicialmente traçou o seu caminho académico na Faculdade de Ciências, onde estudou química. Contudo, o chamamento da vocação falou mais alto, e em 2012 ingressou no Seminário de Almada, na Diocese de Setúbal, onde se preparou para a vida sacerdotal. Foi ordenado a 6 de julho de 2008 e, desde então, a sua caminhada esteve sempre ligada à pastoral diocesana. Atuou como vigário paroquial no Montijo e reitor do seminário de Almada. Agora, a convite de D. Américo de Aguiar, assume com dedicação o papel de pároco da Anunciada, onde deseja, acima de tudo, aproximar-se das pessoas, acolhê-las e guiá-las.

O maior desafio que identifica é o de abraçar e acompanhar espiritualmente a diversidade de gentes que habitam este território multicultural. No entanto, sente-se profundamente acolhido por esta comunidade afável, que já lhe era familiar, pois há algum tempo que aqui reside. Com dinamismo, entusiasmo e um toque de descontração, mergulha nas várias facetas da vida paroquial, procurando dar sentido e conforto à vida das pessoas, sobretudo através das várias estruturas de que dispõe a paróquia.

O ano de 2025 trará grandes celebrações, pois será um ano jubilar, com um vasto programa de atividades, e também o cinquentenário da Diocese. Em cada palavra e sorriso, o Padre Rui revela a sua simplicidade e humor, como quando, numa conversa descontraída, nos confidencia que, se pudesse escolher um superpoder, seria o que já lhe foi concedido administrar: o poder do perdão. "Mas não é meu", ri-se. "Foi-me confiado. O poder de perdoar os pecados é algo muito belo, é um mistério que observo com reverência e espanto".

Entre as histórias que acumulou ao longo dos anos, há uma que ilustra bem a sua alegria de viver: recorda-se de um sem-abrigo que, após um momento de silêncio e oração, entrou na igreja e, depois de um momento de recolhimento, decidiu fazer cócegas à imagem de Cristo. Nessa leveza, vemos o reflexo do seu papel: um novo pároco que, com um espírito acolhedor, se junta à União das Freguesias de Setúbal como um aliado vital na luta contra o isolamento e a pobreza, e como um pilar essencial no apoio à comunidade.