A importância de um reforço do investimento no setor da saúde mental foi sublinhada esta manhã, num encontro nacional a decorrer em Setúbal, pelo vereador Pedro Pina, que manifestou a disponibilidade da Câmara Municipal para suprir carências existentes.
“A saúde mental tem de ser uma prioridade global no que à governação e ao financiamento diz respeito”, defendeu o autarca, responsável pelo pelouro da Saúde no município de Setúbal, na abertura do VII Encontro Nacional Famílias das Pessoas com Experiência de Doença Mental, a decorrer ao longo do dia no Cinema Charlot – Auditório Municipal.
O vereador Pedro Pina afirmou que “a Câmara Municipal de Setúbal estará sempre disponível para contribuir para aquilo que é a qualidade e o acrescento à qualidade de vida das pessoas”.
O autarca mostrou a total disponibilidade do município em aceitar o pedido feito instantes antes pelo coordenador nacional das Políticas de Saúde Mental, Miguel Xavier, no sentido de serem disponibilizadas instalações municipais que permitam acolher equipas de profissionais que trabalham a saúde mental numa relação de proximidade com a comunidade, fora do ambiente hospitalar.
“A equipa que venha, que a Câmara Municipal está disponível para a acolher. Perante a possibilidade de uma equipa que esteja no nosso território e que interaja com outros territórios, obviamente que não escamotearemos meios e recursos para a poder acolher e, convosco, também poder fazer esse trabalho”, garantiu.
Miguel Xavier havia apontado que a Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental se tem focado no distrito de Setúbal, que “este ano recebe uma equipa comunitária de saúde mental da infância e da adolescência e um projeto de requalificação completa [das instalações] do serviço”, sublinhando a importância de contar com uma eventual parceria da Câmara Municipal em acolher os profissionais em instalações localizadas no seio da população.
Pedro Pina acrescentou que importa continuar a lutar pelo investimento em saúde mental para se conseguir abordar localmente os aspetos relacionados com sustentabilidade. “Há que assumir a responsabilidade objetiva para que se deixe de tratar a saúde mental como o parente pobre que continua a sustentar a sua intervenção muito na base das instituições e das famílias.”
O encontro nacional, subordinado ao tópico “Governação e Financiamento – Saúde Mental uma Prioridade Global”, incluiu uma mensagem do Presidente da República, para quem o tema representa “reivindicar a justa oportunidade de acesso ao tratamento para todos os doentes que vivem com doença mental, mas também para que as medidas e os planos existentes se concretizem”.
A sessão de abertura recebeu ainda os contributos do presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, António Leuschner, que sublinhou o papel relevante das autarquias nesta temática, “porque conhecem melhor do que ninguém a realidade local”, e da presidente da federação FamiliarMente, Joaquina Castelão.
A presidente desta Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas com Experiência de Doença Mental frisou que, “mais do que um problema dos doentes e das famílias, questões relacionadas com saúde mental dizem respeito a toda a comunidade”.
O programa do encontro, organizado com o apoio da Câmara de Setúbal, inclui diferentes conferências e palestras, além de painéis de debate subordinados aos subtemas “Papel das Famílias na Nova Organização da Saúde Mental – a realidade em cada região de saúde” e “Sustentabilidade da Saúde Mental – Governação e Financiamento”.
A sessão de encerramento conta com as intervenções de Miguel Durães, da federação FamiliarMente, de Paula Domingos, da Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental, e do vereador Pedro Pina.