O secretário de Estado do Ambiente classificou o Parque Urbano da Várzea, no qual a Câmara Municipal de Setúbal está a criar uma área natural de lazer, como um projeto inovador e importante no caminho para a neutralidade carbónica.
Na visita, realizada no âmbito do programa “Governo Mais Próximo”, que inclui a realização da reunião semanal do Conselho de Ministros, amanhã, no Forte de Albarquel, o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, deu a conhecer a Hugo Pires a intervenção que o município está a realizar na área de 19 hectares que compõe o Parque Urbano da Várzea.
“Tivemos a oportunidade e o prazer de mostrar ao senhor secretário de Estado este projeto que alia a função de retenção das águas, evitando cheias na cidade, a uma componente de espaço verde e de lazer para a população”, referiu André Martins.
O autarca salientou a “importância do contributo que Setúbal dá, com este e com outros projetos, para os chamados ‘sumidouros de carbono’, que ajudam a minimizar os efeitos das alterações climáticas”, numa estratégia orientada pela “solidariedade e pela responsabilidade para com o planeta”.
O secretário de Estado ouviu atentamente as explicações de André Martins e da vereadora do Urbanismo Rita Carvalho sobre as intervenções já realizadas e as que se encontram em curso na Várzea e no final congratulou o município setubalense.
“Quero felicitar-vos por este projeto. Vejo que há uma preocupação grande em tornar este concelho muito mais sustentável. Os principais desafios para o futuro passam pela aposta na economia circular, na sustentabilidade e numa melhor utilização dos nossos recursos. Este projeto é um exemplo disso.”
Hugo Pires elogiou o “projeto inovador” desenvolvido pela Câmara Municipal de Setúbal ao criar “um espaço multiusos” com uma bacia de retenção de águas que “evita as inundações que noutros tempos se verificaram na cidade e, ao mesmo tempo, com um parque verde para usufruto e lazer da população e para preservação da biodiversidade”.
O secretário de Estado do Ambiente acrescentou que este projeto “vai ao encontro dos objetivos para a neutralidade carbónica”, que pressupõem a criação de serviços para a absorção do carbono nas cidades.
“A conjugação destas funções nesta zona urbana é o futuro das cidades. Há outros municípios do país a inspirarem-se neste projeto que vai resolver muitos dos problemas em Setúbal. Por isso, enquanto membro do Governo, é uma satisfação vir aqui visitar este projeto”, concluiu.
O Parque Urbano da Várzea, projeto em desenvolvimento pela autarquia numa área com 19 hectares, constitui-se como uma medida estruturante de adaptação e mitigação das alterações climáticas.
Numa primeira fase da intervenção, já concluída, foi executada uma obra de engenharia hidráulica, com ações de alteração topográfica para descida das cotas de terreno e a criação de uma bacia de retenção pluvial, para mais capacidade de armazenamento de água.
Nessa fase foram, igualmente, preparadas as condições para a criação do futuro Parque Urbano da Várzea, com a construção de percursos pedonais e a plantação de cerca de 600 árvores e perto de dois mil arbustos.
A segunda fase do projeto, em curso desde fevereiro, contempla a criação de um anel de rega e a plantação de mais de mil árvores com o objetivo de reforçar a Várzea na função de parque urbano, constituindo uma prioridade da autarquia para a reabilitação daquela zona da cidade enquanto espaço privilegiado de lazer e de fruição pública.
O anel de rega, que se traduz na criação de um sistema primário de abastecimento de água para o parque, permite implementar um sistema de valorização eco-hidrológica do espaço envolvente da Ribeira do Livramento, em que se inclui a conceção da rede de rega dos espaços verdes arbustivos e arbóreos.
Nesta operação, com a duração prevista de quatro meses e assegurada por uma empreitada orçada em perto de 600 mil euros, é criado um sistema de rega fixo enterrado, em toda a envolvência daquele espaço, o qual é alimentado a partir de dois furos e pressurizado através de um grupo hidropressor.
A intervenção contempla ainda a execução de um conjunto de infraestruturas elétricas a implementar no subsolo, para futura alimentação de equipamentos e da iluminação pública.
A obra do anel de rega é financiada por fundos comunitários de apoio à transição climática canalisados através do programa COMPETE 2020.
Já as árvores que estão a ser plantadas, num total de 1290 espécimes, foram adquiridas no âmbito da candidatura 06/REACT-EU/2021, com financiamento para apoios às alterações climáticas através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.