O salmonete é um dos peixes mais famosos de Setúbal e está presente no Rio Sado quase todo o ano. É um peixe de pequenas dimensões, avermelhado e com 3 bandas longitudinais amarelas ao longo dos flancos. Habita o fundo do mar até aos 100m de profundidade, alimentando-se de crustáceos, moluscos e peixes.
Como se alimenta o salmonete? Este peixe fica praticamente inativo durante o dia e alimenta-se durante a noite, vasculhando a areia de forma a detetar as presas com os seus barbilhos – dois barbilhões por baixo do queixo - e criando uma névoa que atrai outras espécies predadoras e que aproveitam, também, para se alimentarem de pequenos vertebrados.
“Os salmonetes inserem a cabeça na areia, fazendo grandes buracos, e sugam alguma areia para a boca. Depois filtram os animais que interessam para a alimentação e libertam a restante areia. Muitas vezes estes animais são observados a filtrar, dispondo-se paralelamente, filtrando áreas com alguma dimensão.”
Sabias que o salmonete pode mudar de cor com muita rapidez, variando de castanho-avermelhado ao amarelado? Durante o dia, altura em que estão mais parados, são geralmente acastanhados com numerosas faixas amareladas ao longo do corpo. Durante a noite, mais ativos, as linhas interrompem-se dando-lhe um aspeto marmoreado.
Pode ser encontrado no Atlântico Nordeste, no Mar Mediterrâneo e, claro, no Estuário do Sado. É abundante perto da costa, entre os 10 e 100 metros de profundidade. Prefere fundos rochosos, mas também pode ser encontrado em fundos de areia e lodosos. É uma espécie de crescimento rápido nos primeiros anos. Mede, habitualmente, entre 20 a 25cm, mas pode atingir os 40cm aos 10 anos de idade, podendo pesar até 1kg.
Reproduz-se do final do Inverno até ao início do Verão, permanecendo os juvenis na coluna de água, em zonas menos profundas, movimentando-se para áreas mais profundas com a maturidade sexual, à medida que atingem a idade adulta. A primeira reprodução ocorre por volta dos 2 anos de idade.
Este é uma espécie que não se encontra ameaçada mas começam a surgir relatos de falta de salmonete na costa setubalense. A preservação dos ecossistemas e a exploração equilibrada dos recursos marinhos são fundamentais para a manutenção desta espécie, assim como de outras, no Estuário do Sado, e todos devemos contribuir para esse desígnio.