A Spartina maritima, à qual muitos chamam de morraça ou castanhol, é uma planta halófila - tolerante à salinidade - que se pode encontrar no baixo sapal do Estuário do Sado (o baixo sapal é constituído por pequenas manchas de vegetação, a cotas mais baixas). É também comum nos estuários dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave, Mondego, Tejo, Mira e Guadiana, e nas rias de Aveiro, de Alvor e Formosa.
É uma gramínea vivaz, de colmos robustos e eretos com 15 a 70cm, que se instala em sedimentos marinhos ou fluviais, sujeitos à influência diária das marés, organizando-se sob a forma de pequenas ilhas isoladas até ao nível máximo da zona de oscilação das marés. A inflorescência mede 5 a 15 cm e é constituída por 2 a 4 espigas lineares, alongadas e direitas.
Cada espigueta possui 1 ou 2 flores esverdeadas tornando-se amarelo-palha na maturação – a época de floração acontece de julho a setembro.
Esta planta, assim como outras do mesmo género, é fundamental na estabilização dos fundos dos sapais estuarinos pois as raízes das Spartina, de tipo fasciculado, tornam mais coesas as partículas do solo e os seus caules ao diminuírem a velocidade da água favorecem a sedimentação.
Os prados de Spartina maritima são importantes refúgios de biodiversidade pois constituem locais de desova e maternidade de muitas espécies. São igualmente relevantes na regulação do ciclo de nutrientes e na eliminação-reciclagem de resíduos sendo que foram também referenciados como tendo um papel essencial na descontaminação de zonas estuarinas afetadas por poluição sedimentar.
É importante não confundir esta espécie com os arrelvados de Spartina densiflora, espécie invasora com origem na América do Sul e que ocorre no estuário do rio Guadiana e na Ria Formosa.