De nome científico Pagellus acarne, o besugo identifica-se por uma mancha vermelha escura junto à barbatana peitoral, pelos olhos grandes, cabeça relativamente curta, focinho cónico e corpo fusiforme.
São peixes solitários que, normalmente, se podem encontrar em águas costeiras, tanto com fundo rochoso como arenoso ou mesmo lama, até aos 500m de profundidade, sendo mais comum entre os 40m e os 100m. Os indivíduos mais jovens encontram-se mais perto da costa e os adultos na zona onde termina a plataforma continental sob os fundos de lama. O besugo é uma espécie demersal que habita fundos rochosos, arenosos e pradarias marinhas, sendo os dois últimos os mais relevantes.
Curiosidade: o que é uma espécie demersal? Chamam-se demersais os peixes que, apesar de terem capacidade de natação ativa, vivem a maior parte do tempo no fundo do mar, em associação com o substrato.
São peixes omnívoros, isto é, estão adaptados a digerir qualquer tipo de alimento: a sua alimentação principal é constituída por crustáceos, moluscos, vermes, plantas marinhas e peixes de pequeno porte. É uma espécie hermafrodita do tipo protândrico, o que significa que inicia a sua vida como macho, convertendo-se em fêmea quando atinge comprimentos entre 17 e 29 cm, entre o seu segundo e sétimo anos de vida. Atinge a maturidade sexual aos 2 anos e tem uma época de postura extensa – cerca de 5 meses – sendo que o pico da postura se concentra em outubro.
Curiosidade: o besugo inicia a sua vida como macho e converte-se em fêmea entre o 2ª e 7º ano de vida.
De coloração cinzenta rosada, o besugo pode confundir-se com o goraz (Pagellus bogaraveo) e com a bica (Pagellus erythrinus), mas há formas de os distinguir: o besugo apresenta uma mancha vermelha escura na base da barbatana peitoral, o Goraz apresenta uma mancha negra no início da linha lateral e a bica difere das anteriores por apresentar a cabeça muito pontiaguda e o bordo do opérculo vermelho.