Esta rapina, de olhos vermelho-escarlate, pode ser vista nos campos agrícolas junto ao Estuário do Sado, voando em busca de presas. Alimenta-se essencialmente de insetos, pequenos répteis, roedores e passeriformes. Têm um peneirar característico e, assim que descobrem uma presa, lançam-se a pique sobre ela.
De nome científico Elanus caeruleus, é residente no nosso território. Embora comum, é pouco abundante, podendo ser observada praticamente em toda a metade sul do país, exceto no Algarve onde é mais rara. O seu habitat de nidificação é tipicamente constituído por montados de sobro e azinho, localizados em terrenos mais ou menos planos. A norte do Rio Tejo ocorre em habitat semelhante, com arvoredo constituído por carvalho-negral.
Sabia que a palavra caeruleus deriva do latim e significa “azul” ou “relativo ao céu”? Nada mais adequado. Dá ainda nome a outras aves como, por exemplo, o chapim-azul (Parus caeruleus).
O peneireiro-cinzento, também conhecido como milhafre-cinzento, tem um comprimento aproximado de 33 cm e envergadura de 78 cm. Possui uma tonalidade clara, apenas com as asas mais escuras e longas. A cabeça é volumosa e o bico é curvo e curto, assim como a cauda, também curta.
O peneireiro-cinzento é monogâmico, ou seja, tem apenas um parceiro durante toda a vida. Os ninhos construídos em árvores de pequeno ou médio porte e todos os anos são construídos novos ninhos. Fazem uma postura por ano, sendo os ovos de cor creme com manchas vermelhas. As crias estão aptas a voar aos 30-35 dias.
Apesar da tendência de aumento da população no nosso país, esta espécie está, infelizmente, classificada como “quase ameaçada”, pela alteração ou perda de habitat, pelo abate e roubo de ninhos e pela utilização de agroquímicos.
Vamos proteger o peneireiro cinzento?