Mostra das Tradições Marítimas de Setúbal com convidados de honra

Mostra das Tradições Marítimas de Setúbal com convidados de honra

Este ano, a Mostra das Tradições Marítimas de Setúbal teve a honra de contar com a presença de uma comitiva em representação do Festival Marítimo de Pasaia, cidade situada no Golfo do Cantábrico, no País Basco Espanhol.

No passado mês de maio aconteceu um primeiro encontro de autarcas num dos que é considerado um dos mais antigos portos da península Ibérica e onde foram apresentadas ideias de parceria. Agora foi a vez de Setúbal abrir os braços à comitiva Basca que teve a oportunidade de descobrir a Mostra das Tradições Marítimas de Setúbal bem como as Marchas Populares.

Estivemos à conversa com Erme Pedroso, Diretora do Festival Marítimo de Pasaia e da Associação Albaola, cuja principal atividade consiste na divulgação e preservação do património marítimo da região durante todo o ano, para descobrir como surgiu a ideia inicial do festival e como se tornou no maior evento da região.

A dirigente afirma que tudo surgiu da observação de diversos eventos semelhantes espalhados um pouco por toda a europa, e da vontade determinante em reavivar e manter a cultura marítima da cidade de Pasaia, descorada durante várias décadas. Através da formação de jovens aos ofícios da navegação e tecnologia marítima, a cidade tem vindo a fomentar um sentimento de pertença e apropriação da cultura local.

A funcionar desde 2018, este evento tem apostado também na internacionalização, convidado para cada edição barcos estrangeiros de grande porte que, pelo renome que possuem, atraem bastantes visitantes. A diretora explica ainda que, ao se deslocarem no recinto, os visitantes descobrem também as pequenas embarcações que são as mais representativas da cultura local. Um dos grandes atrativos é também a possibilidade de aquisição de ingressos para efetuar passeios em diversas embarcações. Tal como em Setúbal, também Pasaia dedica um espaço central para dar a conhecer os ofícios ligados ao mar e às pescas, gastronomia e animações musicais.

Ao visitar Setúbal, Erme Pedroso faz questão de realçar a importância de reivindicar a sua identidade local. Salienta que os povos do mar estão intimamente reunidos em torno de questões de fundo, mas que num mundo globalizado, torna-se fundamental reivindicar as suas diferenças. “Nada uniu tanto os povos, ao longo da história, como o mar. Reivindicar a identidade de cada um é também abrir a porta ao outro, aprender a respeitá-lo. Foram as comunidades que conseguiram os grandes feitos da história, a Humanidade não é compreensível sem as comunidades”.

Acredita que o desenvolvimento passa forçosamente pelo desenvolvimento das novas tecnologias adaptadas ao meio aquático bem como a formação de jovens e mudanças estruturais ao nível das políticas de pesca.

Quanto à Mostra das Tradições Marítimas, Erme Pedroso afirma que “Setúbal dispõe das melhores condições naturais possíveis para o crescimento deste evento”. Acredita que é importante chamar as camadas mais jovens para serem parte integrante deste evento e “formar a comunidade” que apostará no futuro. Constatou com bastante entusiasmo que a população setubalense tem muito orgulho na sua terra e na sua cultura e considera que esse é o aspeto principal para prosperar. “É importante que sejam os próprios setubalenses a contagiar os visitantes com a sua cultura e entusiasmo”, afirma.

Deixou, com a sua passagem, a promessa de um abraço aberto entre o Festival Marítimo de Pasaia e a Mostra das Tradições Marítimas e diversas ideias para que a MTMS não pare de crescer.

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