Na próxima sexta-feira, dia 14 de fevereiro, às 14h30, a Associação de Moradores da Aldeia Grande (AMAG) vai abrir as portas para a matiné de São Valentim, uma iniciativa promovida pelo Centro Comunitário da União das Freguesias de Setúbal. O evento, pensado para toda a população, promete celebrar os laços de amizade e proporcionar momentos de boa disposição e convívio.
Com uma nova direção e um espaço renovado, a AMAG continua a afirmar-se como um pilar comunitário. Fundada a 17 de novembro de 1982, nasceu da vontade dos moradores em criar um ponto de encontro para a população. Inicialmente, as reuniões decorriam nas casas dos residentes, até que, com o tempo, foi cedido o atual edifício, outrora uma escola e, mais tarde, um espaço utilizado pelos escuteiros. Em 2016, a União das Freguesias de Setúbal e o Município investiram na requalificação do local, garantindo as condições necessárias para a dinamização de atividades.
Paulo Mota, atual presidente, tem um percurso de envolvimento na associação que começou há quatro anos como vogal, passando depois a vice-presidente. Agora, no cargo máximo, reconhece os desafios do associativismo. “Há muito para fazer, mas é um desafio interessante”, refere.
Já José Gamito, tesoureiro, sublinha algumas dificuldades inerentes às características da população local, maioritariamente envelhecida. Nos últimos anos, a colaboração com a União das Freguesias e a Câmara Municipal permitiu melhorias significativas, como a instalação de uma tenda e de um novo palco, ampliando as possibilidades de eventos, especialmente nos meses mais frios.
A associação promove uma variada oferta cultural, desde espetáculos de fado a peças de teatro, e também atividades desportivas em parceria com entidades como as Lebres do Sado e a Junta de Freguesia de São Sebastião. A intervenção na área sênior tem sido uma prioridade, com caminhadas, atividades manuais e ginástica. Em 2018, um grupo de cantares formado por uma sócia chegou a realizar atuações e excursões, mas a pandemia interrompeu as atividades. Mais tarde, uma parceria com os Socorros Mútuos trouxe um projeto de fisioterapia e ginástica de manutenção, que decorreu durante três anos. Apesar do fim desse projeto, a AMAG garantiu a continuidade das iniciativas, agora dinamizadas por uma animadora, Cristina, que organiza sessões de exercício físico, caminhadas e trabalhos manuais.
O envolvimento masculino nestas atividades ainda é tímido, sendo os jogos de cartas e tabuleiro os mais procurados. “Os homens fogem um bocado destas coisas”, comenta Paulo Mota, uma realidade comum a outros centros comunitários. A mobilidade também se apresenta como um entrave para os moradores mais velhos, dificultando o acesso a eventos noutras zonas da freguesia. “A grande dificuldade é a distância. As pessoas de idade não conduzem e apanhar o autocarro não é simples”, acrescenta.
Apesar destes desafios, a União das Freguesias tem vindo a apostar na coesão do território, procurando ajustar os serviços às especificidades geográficas e apoiando a AMAG no desenvolvimento da Aldeia Grande.
Quanto à matiné de São Valentim, a antecipação está em alta. Os participantes já ensaiam as apresentações e, apesar de algum nervosismo, a promessa é de uma tarde animada. “Vai ser um momento de diversão”, garante o presidente. Uma oportunidade para reforçar o espírito comunitário e a importância do associativismo no bem-estar da população da Aldeia Grande.