Na noite de 6 de março, nem a chuva, nem o frio conseguiram abrandar a vontade popular e Setúbal viu renascer uma tradição secular. Mais de uma centena de participantes uniram-se para celebrar o Enterro do Bacalhau, ritual que simboliza o fim da época carnavalesca e perpetuar a tradição aliando memória e humor.
O evento, que percorreu as ruas do Casal das Figueiras e do Bairro da Anunciada, contou com a encenação da triste sina do Bacalhau – cujo testamento deixou familiares e amigos com um misto de descontentamento e nostalgia – apresentada com a irreverência do ator José Nobre no papel de padre. Esta cerimónia, onde marcaram presença Fátima Silveirinha, presidente da União das Freguesias de Setúbal bem como diversos membros do executivo, foi fruto da sinergia entre as diversas entidades do movimento associativo da União das Freguesias de Setúbal, reunindo a Associação de Moradores do Bairro da Anunciada, a Associação de Moradores do Casal das Figueiras e o Clube Recreativo Palhavã, numa colaboração que reúne novamente coletividades de bairros vizinhos.
A festa não teria sido possível sem a imprescindível presença dos trabalhadores da junta de freguesia que uniram esforços com voluntários e utentes do Centro Comunitário, que, deram cor e vida às ruas, transformando o enterro num momento de partilha e reencontro. Moradores e curiosos, unidos pelo desejo de preservar a identidade local, participaram deste ritual que é, ao mesmo tempo, uma despedida e uma passagem de testemunho para as gerações futuras.
O Enterro do Bacalhau reafirmou o compromisso da União das Freguesias de Setúbal com as suas tradições e com o seu Movimento Associativo, celebrando o património cultural imaterial que se transmite de forma oral de geração em geração.