A situação de pandemia de COVID-19 que vimos atravessando teve elevados impactes sociais e económicos na sociedade e nas suas instituições, nomeadamente no Movimento Associativo, rede essencial de organização popular através da qual os cidadãos têm acesso às atividades culturais, à prática desportiva e a apoios sociais diversos.
Pela sua natureza e grande ligação às comunidades e ao território onde se inserem, as instituições do movimento associativo são igualmente, em períodos de dificuldades como aquele em que nos encontramos, uma importante almofada social, garantindo a primeira linha de apoio a quem necessita.
Consciente desta realidade, a Junta de Freguesia realizou, em abril, um Inquérito junto do movimento associativo, complementado por muitas reuniões e visitas, para diagnóstico dos impactes da pandemia na atividade das associações e as dificuldades e necessidades daí decorrentes, tendo medidas de apoio extraordinárias sido logo tomadas. Em maio, a Junta de Freguesia lançou o Plano de Mitigação e de Recuperação Socioeconómica do COVID-19, onde se comprometeu com 53 medidas para fazer face aos efeitos da pandemia.
Considerando que o movimento associativo cumpre importantes funções sociais, substituindo-se ao Estado, que pela sua ação voluntária e benévola garante à população apoio social, acesso às atividades desportivas e à criação e fruição culturais, a União das Freguesias de Setúbal, no âmbito das suas competências e tomando em conta o contexto de constrangimentos motivado pela pandemia, decidiu reforçar fortemente os apoios ao movimento associativo e apoiar os artistas, criadores e estruturas de cultura locais.
Estas medidas, previstas no Plano de Mitigação e Recuperação Socioeconómica, terão um valor de investimento superior a 40 mil euros, aumentando 50% face a 2019, e vão beneficiar 48 entidades das áreas da ação social, do desporto e da cultura e do recreio, assim como mais de uma dezena de artistas locais.
Ainda mais apoios com projeto “Há Vida na Coletividade”
Aos apoios, maioritariamente financeiros, mas também logísticos e na realização de obras, junta-se um projeto inovador denominado “Há Vida na Coletividade”. A Junta de Freguesia vai promover um programa de espetáculos a realizar nas coletividades e assume integralmente o pagamento dos mesmos aos artistas. A entrada nos espetáculos terá um Título de Solidariedade associado, a adquirir pelo público, que sob a forma de donativo reverte também para a instituição.
Esta medida é um apoio complementar ao movimento associativo, mas também uma forma de apoiar os artistas e as estruturas culturais, com a compra de espetáculos. Além destes importantes apoios, o projeto alcança ainda os objetivos de trazer novamente a população de cada comunidade para as coletividades e reativar a vida cultural e o recreio. O projeto terá início apenas quando as condições sanitárias o permitirem.