Mais de uma dezena de intervenções artísticas com lotação quase sempre esgotada marcaram a quarta edição da MAPS – Mostra de Artes Performativas em Setúbal, que, entre os dias 7 e 16 de julho, promoveu o encontro entre os criadores e o público.
O espetáculo cénico “Nu Meio – Bailão”, de Filipa Francisco e Bruno Cochat, encerrou com chave de ouro sábado à noite, n’A Gráfica, a quarta edição do evento organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, que reafirmou o papel determinante na aproximação entre a criação artística e o público, com o debate de temas fundamentais da atualidade que envolvem a comunidade no fazer artístico.
A Gráfica – Centro de Criação Artística e o centro histórico da cidade, mais concretamente o Bairro das Ideias, designação dada, no âmbito da MAPS, à Rua Arronches Junqueiro, foram os palcos principais do programa, que incluiu a realização de performances com os contributos de artistas e companhias portuguesas e estrangeiras de variadas linguagens artísticas, conversas e uma exposição.
Além do espetáculo de encerramento, outro grande destaque do programa de 2022 foi a performance da artista brasileira Gaya de Medeiros “Atlas na Boca”, sobre a exploração da boca através de dois corpos transsexuais, realizada no dia 14 n’ A Gráfica.
De salientar, igualmente, a segunda edição do Mini-MAPS, programa pensado especificamente para o público mais jovem, que vai continuar a ser uma aposta do certame.
“A Ilha Desconhecida”, pela Trigo Limpo Teatro ACERT, espetáculo inspirado em “O Conto da Ilha Desconhecida”, de José Saramago, e “A Estranha Viagem do Senhor Tonet”, instalação de som, luz e movimento, com nove jogos interativos criados a partir de construções de madeira pela companhia Tombs Creatius, foram eventos apresentados no dia 10 no Mini-MAPS.
Uma novidade na edição 2022 da MAPS foi a realização de conversas com os artistas no final de cada performance, que contaram com uma interação com o público e foram uma mais-valia para a desconstrução dos processos de criação artística e para uma reflexão sobre os espetáculos apresentados.
A quarta edição da MAPS abriu no dia 7 com a apresentação de “Impressões”, projeto de fotografia, arquivo, cinema e teatro de Tânia Dinis, concebido especificamente para o contexto de Setúbal e A Gráfica, no âmbito das Bolsas de Criação Artística, promovidas pela autarquia.
Já André e Teodósio e José Maria Vieira Mendes levaram à cena, no dia seguinte, o espetáculo “Info Maníaco”, n’A Gráfica – Centro de Criação Artística, a partir das 21h30.
A quarta edição da MAPS contou, no dia 9, com mais uma ocupação do Bairro das Ideias, levando arte às montras e janelas da Baixa da cidade no evento “Performances no Bairro”.
André Moniz, Cátia Terrinca, Canto Ondo, Catarina Caetano, Daniel Gonçalves, Figa – Companhia XPTO, Guilherme Ferreira, Inês Oliveira, Iris Wickings, João Bordeira, Lígia Soares, Patrícia Lima, Ricardo Galvão e Tatiana Gomes dinamizaram várias criações artísticas na Rua Antão Girão, Rua Dr. Paula Borba, Rua da Velha Alfândega e Rua Arronches Junqueiro.
A Imagerie – Casa de Imagens dinamizou, no mesmo dia, o projeto “Latas na Cidade”, que desafia os participantes a tirar fotografias com latas transformadas em câmaras fotográficas estenopeicas (pinhole), as quais estão espalhadas por diversos locais da cidade com as respetivas instruções de utilização.
À noite, a partir das 21h30, A Gráfica acolheu o espetáculo de clown “Albano”, por Rui Paixão.
Mário Coelho apresentou, no dia 15, “I’m Still Excited”, sequela do espetáculo “I’m So Excited”, que aborda o fim de uma relação entre duas pessoas, inseridas num cenário de festa, que é também um ensaio de teatro.
No decurso da Mostra de Artes Performativas de Setúbal, entre os dias 7 e 16, foi possível visitar a exposição “A Morte deu à luz uma ideia”, de Paula Moita, n’A Gráfica.
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