Reunião com os moradores do Bairro Grito do Povo

Reunião com os moradores do Bairro Grito do Povo

No passado dia 18 de julho foi realizada uma reunião com cerca de sete dezenas de moradores, nas instalações do ATL da Associação de Professores e Amigos das Crianças do Casal das Figueiras, com a finalidade de informar os moradores do Bairro Grito do Povo de que em breve vão poder ser proprietários de pleno direito das casas em que habitam. O presidente da Câmara Municipal, André Martins, em presença do Executivo da Câmara Municipal de Setúbal e de Fátima Silveirinha em representação da União das Freguesias de Setúbal, revelou que essa possibilidade decorre do facto de o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) ter aceitado que a autarquia assuma a dívida da Associação de Moradores do Grito do Povo que ainda existe.

A Câmara Municipal e o IHRU assinarão, brevemente, o contrato de cessão do crédito de 24.531,38 euros após a qual começarão os trabalhos para regularizar a situação de cada uma das famílias que habitam no bairro, composto por 72 habitações.

“Finalmente estamos em condições para avançar para a regularização da situação das casas que vocês habitam, para que passem para o vosso nome”, disse, recordando que o processo teve início em 2018 e que o IHRU recentemente respondeu que aceita que a Câmara Municipal assuma, perante aquele instituto público, a dívida da associação de moradores.

O caso remonta aos anos 70 do século passado, quando o então Fundo de Fomento da Habitação fez um empréstimo à associação de moradores para a construção do Bairro Grito do Povo – como o loteamento era coletivo, o facto de ainda subsistir uma dívida, de menos de 25 mil euros, impedia a realização de escrituras individuais, mesmo por parte dos moradores que não eram devedores.

Na reunião foi recordado aos moradores que o primeiro passo para resolver o caso foi a Câmara Municipal fazer o loteamento do bairro e o segundo é esta cessão do crédito, a partir da qual passa a ser possível a realização de escrituras pelos moradores sem dívida, porque esta passa a ser para com a autarquia.

“O essencial é dizer que o IHRU aceitou passar o crédito para a Câmara Municipal. A partir daí, vocês deixam de ter de se relacionar com o IHRU e passam a relacionar-se com a Câmara Municipal. É um passo enorme para se resolver este problema que se arrasta há tantos anos”, afirmou André Martins.

O autarca considerou que a novidade era “uma coisa muito boa” para os moradores do Grito do Povo e salientou que “a Câmara Municipal não quer ficar com a propriedade de ninguém”, dando o exemplo dos “bairros envolventes”, nos quais a autarquia “criou as condições” para que as pessoas pudessem registar as suas casas.