A península da Tróia pertencia à família do Morgado Cabral, mas em 1922 o armador Joaquim Sotto Mayor comprou a herdade Tróia com fim de a desenvolver.
Foi em 1925 que o setubalense Pedro Ramos iniciou carreiras marítimas diárias para Tróia. No ano seguinte, talvez por falta de interessados, o serviço encerrou.
Em 1928 outro empresário recomeçou as viagens ao preço de 5$00 escudos ida e volta.
Nos anos 50 as viagens para Tróia retomaram com o empresário Agostinho Albino que comprou o barco «Praia de Tróia» com a lotação de 400 passageiros.
Nos anos 60 o movimento aumentou, devido à subida geral do nível de vida dos setubalenses, tendo em 1962 sido transportado já uns 100 000 passageiros.
Em 1971 entraram em funcionamento os chamados hovercrafts, mais rápidos e confortáveis e o movimento atingiu os 887.318 passageiros, dos quais 113.128 nos hovercrafts. Em 1974 começaram as viagens com os ferryboats que logo nesse ano conquistaram 285 027 passageiros.
Em 1991 os passageiros para Tróia atingiram os 2.611.026, o número mais elevado do século e talvez de sempre. No ano 2000, apenas 1.544.207 passageiros se deslocaram para Tróia.
Já neste século, em 2009, os catamarãs começaram a navegar com o preço de dois euros, o que na altura originou protestos vários.
Os preços de uma viagem, em 1928, eram 2,74 euros corrigidos com a taxa de inflação, os de 2009 seriam hoje de 2,4 euros, mas atualmente os setubalenses pagam 4,38 euros por viagem. Não será uma maneira subtil de afastar muita gente do usufruo daquela praia maravilhosa?
Professor Alberto de Sousa Pereira