A lepra, conhecida como a doença de Hansen, na sua forma mais conhecida, ataca as extremidades do corpo, como os dedos, orelhas ou nariz, dando ao doente um mau aspeto. A doença existe ainda hoje em vários países, com especial incidência no Brasil e a Índia.
Desde a antiguidade que tratamento foi afastar os doentes das zonas populosas e deixá-los à sua sorte. Mas na idade Média, na Europa, começaram a ser abertos hospitais com nome de leprosarias, lazaretos ou gafarias.
Em Portugal houve umas 70 leprosarias construídas fora das muralhas das vilas, isoladas, mas perto de uma estrada principal.
Davam dormida e alguma alimentação aos doentes, mas tratamento não havia na altura.
A leprosaria de Setúbal foi construída talvez no século XIII e depois encerrada cerca de 1500. Estava instalada na atual Avenida Manuel Maria Portela, ao lado da porta 21. A entrada está hoje fechada, mas ainda é visível o lintel de pedra com a frase em latim “Vanitas, vanitatum et omnia vanitas” o que significa: vaidade, das vaidades, tudo é vaidade.
Mas nos séculos seguintes a lepra continuou em Setúbal. Assim, em setembro de 1933, um homem de 23 anos, foi encaminhado para o Hospital do Rego em Lisboa. Passados dez anos, em agosto de 1943, a um rapaz de 15 anos foi diagnosticado a lepra. Um médico setubalense afirmou “infelizmente os casos de Lepra, em Portugal, são muitos e os doentes vivem com as famílias”.
Só após a inauguração do Hospital Rovisco Pais, em 1947, na Tocha, estes doentes passaram a ter uma assistência regular e eficaz.
Professor Alberto de Sousa Pereira