Recentemente os setubalenses souberam, pelos jornais, que a antiga 7.ª bataria de artilharia de costa do Outão iria ser um restaurante.
Mas como nasceu, viveu e morreu a 7.ª bataria do Outão?
Devido à sua posição elevada e perto da barra do rio Sado a encosta do Outão foi sempre considerada uma boa defesa para Setúbal. Após a II Guerra Mundial uma comissão luso- britânica organizou um plano de defesa de Lisboa que previa a instalação de artilharia de costa à entrada dos rios Tejo e Sado e na Fonte da Telha, esta como proteção intermédia às duas barras.
A bataria instalada no Outão recebeu a posição 7.º e era reforçada pela bataria a 8.ª no Forte da Albarquel.
As instalações do Outão foram completadas em fevereiro de 1952 e possuíam três peças de 152 mm de diâmetro de boca, da marca Vickers de fabrico inglês, com um alcance de 22 quilómetros.
A bataria 8ª, em Albarquel, tinha três peças Krupp, de 150 mm de boca, que disparavam até aos 15 quilómetros.
Mas nos anos seguintes o desenvolvimento dos mísseis água-terra tornou obsoletas estas bataria de canhões.
Assim, nos anos 90, as várias batarias foram desativadas e em dezembro de 1998 foram dados os últimos tiros na 6.ª bataria Fonte da Telha.
A bataria do Outão ficou abandonada, mas em 2016 o governo, através do programa Revive, lançou um concurso de concessão da exploração da antiga bateria. Recentemente soube-se que uma empresa do Porto ganhou o concurso para a exploração, por 50 anos, de um restaurante a ser inaugurado dentro de dois anos.
Os setubalenses aguardam, com entusiasmo, a concretização dessa recuperação do seu património cultural militar.
Professor Alberto de Sousa Pereira