Foi apenas no século XIX que o banho passou a ser encarado como medida de higiene do corpo e não como diversão social.
Em Setúbal o Dr. Paula Borba, sempre preocupado com os pobres e as suas doenças, em 1919 lançou uma campanha da construção de um balneário público. O dinheiro foi obtido com uma angariação de fundos e as obras começaram em maio de 1919 com projeto do eng. Carlos Manito Torres.
Em 31 de maio de 1926 foi a inauguração, com uma sessão solene e a intervenção das filarmónicas da Capricho e da União.
O balneário fornecia banhos e duches, quentes e frios e dava o sabão. As toalhas eram pagas à parte.
Havia quatro modalidades desde o duche simples ao duche circular.
Nos finais de 1928 foi publicado um relatório o qual indicava o fornecimento de 11.644 banhos, sendo 74% pagos e 26% gratuitos.
O banho mais utilizado era o duche simples e o menos utilizado, o duche circular. O balneário funcionava todos os dias de manhã, mas aos sábados, abria das 16 às 20 horas para os trabalhadores.
O balneário continuou por muitos anos ao bom serviço dos setubalenses, mas em 1979 já funcionava apenas aos sábados todo o dia e aos Domingos de manhã.
Tinha 12 chuveiros e três cabines mistas com chuveiros e banheira. Um duche completo custava 25$00 escudos, uns 1,80 euros a preços atuais.
Mas nos anos oitenta, o balneário foi encerrado. Não havia falta de clientes, mas as instalações estavam envelhecidas e a caldeira do aquecimento, que ainda era a lenha, começava a ter várias avarias.
As instalações, depois, foram entregues aos serviços culturais da CMS.
Mas o digno edifício ainda hoje domina a rua do Balneário como um marco dos inícios da higiene pública em Setúbal.
Professor Alberto de Sousa Pereira