Américo Augusto Ribeiro, AR, nasceu em 1906 na Rua Antão Girão, no primeiro andar do prédio número 19. Andou a estudar na Escola Comercial, mas desistiu dos estudos.
O pai arranjou-lhe então trabalho na tabacaria e papelaria do Etelvino Machado ainda na Praça do Bocage. A papelaria depois passou para a rua Antão Girão, na esquina com a Rua Major Afonso Pala. Na farmácia Sartoris, na mesma rua, A.R. iniciou a aprendizagem da fotografia, aos 17 anos, com o dono, o António Sartoris, que era fotógrafo amador. Segundo disse o próprio A.R. o António Sartoris “foi grande amador fotográfico com quem muito aprendi.”
No verão de 1931, com 25 anos, o A.R. abriu a sua loja na Largo da Conceição. Casou em 1941, com 35 anos, com a Dª Ernestina. O casal não teve filhos.
Colaborou, entre outros, nos jornais e revistas: Diário de Notícias, Notícias Ilustrado, Século, Século Ilustrado, Flama, Record, A Bola, O Norte Desportivo, O Sado e O Setubalense.
Américo Ribeiro era muito organizado. Tinha livros de registo onde apontava todas as suas reportagens e com os seus pormenores.
A Câmara Municipal de Setúbal adquiriu, em 1982, todo o seu espólio de equipamentos, negativos e positivos fotográficos.
É formado por vários equipamentos fotográficos, alguns do século XIX, cerca de 145 000 negativos e milhares de positivos que abrangem uns 24 000 assuntos. As fotografias abarcam o período de 1870 a 1988.
Recebeu várias homenagens públicas e no verão de 1992 foi publicado o livro Setúbal d’Outros Tempos com escolhas fotográficas e legendas de José M. Madureira Lopes. Ribeiro faleceu em julho de 1992, com 86 anos.
Deixou a Setúbal o seu enorme espólio fotográfico cujo valor social e cultural perdurará para sempre como um marco do passado da cidade, sempre disponível no futuro.
Professor Alberto de Sousa Pereira