Setúbal está situada no enfiamento natural de uma zona sísmica, localizada no oceano Atlântico, e assim, de vez em quando, temos de suportar tremores de terra.
No século XIX, em novembro de 1858, um tremor de terra atingiu Setúbal com grande intensidade, tendo ficado registado, nos jornais de Lisboa, como “o sismo de Setúbal”. O bairro de Trónio foi particularmente atingido e em algumas ruas quase todos os prédios foram completamente destruídos. Milhares de pessoas ficaram sem casa, mas apenas morreram três adultos e uma criança, pois o sismo foi às sete horas da manhã, dando tempo aos habitantes para fugirem para o exterior.
Em maio de 1931, pelas três horas da madrugada, verificou-se novo tremor de terra em Setúbal. No Bairro de Trónio as pessoas vieram para a rua rezar e alguns moradores ficaram o resto da noite ao relento. Mas não houve estragos na cidade.
Em 1969, no dia 28 de fevereiro, deu-se, de madrugada, um grande tremor de terra em Portugal. Muitas pessoas, em Setúbal, fugiram para as ruas em trajes menores. A igreja de São Julião sofreu a derrocada de parte da platibanda do telhado e houve cerca de uma dezena de prédios danificados.
No final do século, em abril de 1999, novo sismo, mas ligeiro.
Foi às 10 horas da manhã e apenas foi sentido nos andares mais altos dos prédios. No mesmo ano, em setembro, novo sismo, cerca das 23 horas, mas em Setúbal praticamente passou desapercebido.
Este ano tivemos um sismo no dia 26 de agosto. Com origem ao largo de Sines, foi o 10.º maior sismo notado em Portugal desde o século XVI. Sentido cerca das 05h11, não causou estragos materiais em Setúbal. Resta-nos esperar, agora, pelo próximo…
Professor Alberto de Sousa Pereira