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"Setúbal - Terra, Ar e Água" José Maurício inaugura exposição na Escola Conde de Ferreira

É de forma discreta e aveludada que o fotógrafo José Maurício confessa não gostar de falar de si. Prefere falar da sua obra e da relação de instinto que desenvolveu com o momento em que tira uma fotografia.

Apesar de ter nascido em Angola, vive em Setúbal há mais de quarenta anos e, portanto, é a esta cidade a que chama casa.

Trabalha numa área muito técnica, mas considera-se um criativo. Cresceu sempre rodeado de álbuns de fotografia e diferentes câmaras fotográficas o que lhe permitiram, desde muito cedo, manusear e desenvolver uma grande paixão pela arte que viria a dar corpo à sua perceção da estética.

Fascinado pelas revistas da National Geographic e por livros de arte, a fotografia foi a forma de aliar a sua veia artística e a sua paixão pelas novas tecnologias.

Refere-se ao seu trabalho quase como se de um pulsar se tratasse, sem qualquer outra preocupação a não ser a de sublimar um olhar, um momento, a estética imortalizada num clique.

José Maurício estabelece ainda um paralelo de grande relevância entre as técnicas de revelação analógica, onde o cunho do fotógrafo se exprime através do modo como é tratada a foto em laboratório, e o que considera ser uma nova forma de revelação, o tratamento digital da imagem.

Sobre a exposição que irá ser inaugurada já no próximo sábado, dia quatro de maio, no Centro de Recursos Educativos e Culturais - Escola Conde de Ferreira, pelas 15h, a tónica será Setúbal na sua vertente mais natural, abordando três elementos: terra, ar e água.

O portfolio proposto pelo artista é composto por fotografias de natureza, nomeadamente de aves, barcos seculares do rio Sado e da riquíssima fauna que se estende da Mourisca até à Serra da Arrábida, com uma pitada de street photography.

Na altura em que celebram o cinquentenário do 25 de Abril, José Maurício considera que, independentemente da facilidade com que se tira uma fotografia através de um telefone ou a complexidade de uma máquina digital, esta arte continua a desempenhar um papel fundamental como arma de denuncia de abusos e crimes perpetrados pelo mundo.

Quando abordamos o inevitável tema da Inteligência Artificial, José Maurício acredita que será difícil substituir o olhar humano, a genialidade da composição por um algoritmo. E é uma evidencia quando se mergulha nas suas obras.

Venha descobrir a exposição já no próximo dia 4 da presença do artista, a partir das 15H na Escola Conde de Ferreira.