Nossa Senhora da Anunciada
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Será já no próximo sábado que o artista alentejano Nuno Ezequiel inaugurará a sua exposição intitulada “O Sossego” no Centro de Recursos Educativos e Culturais – Escola Conde de Ferreira.
Nascido a 2 de fevereiro de 1972 em Vila Boim, uma freguesia do concelho de Elvas, no interior do Alentejo, revelou desde cedo um gosto pelo desenho. Na adolescência, começou a pintar em bares, restaurantes e casas particulares, acumulando dezenas de obras nesta área.
Em 2000, formou-se como professor, profissão que ainda exerce. Simultaneamente, desenvolve trabalhos artísticos em várias áreas, incluindo esculturas de grande dimensão para o Carnaval de Elvas, esculturas em fibra e resina para a Ilha do Pico e para “O Cristo” em Tróia, esculturas de lavadeiras para Vaiamonte, "varinas" para o grupo Charneca da Caparica, entre outras criações para diversos bares. Além disso, dedica-se à pintura de painéis de azulejos de alto fogo, desenho, ilustração de livros infantis, banda desenhada e pintura a óleo e acrílico. Dirigiu, ensaiou, produziu e escreveu um espetáculo teatral/musical baseado na sua banda desenhada intitulada "Nocturnium Fatum".
O desenho é a base do seu trabalho e a ligação entre as diversas formas de expressão artística que desenvolve. Contudo, é na pintura que encontra a maior força de expressão. Com cores vibrantes e linhas dinâmicas, as suas imagens são uma invocação do seu eu interior e do mundo que o rodeia.
Realizou várias exposições ao longo dos anos, em diversas partes de Portugal (Elvas, Portalegre, Castro Verde, Marvão, Olhão, Pechão, Tavira, Caldas da Rainha, Estremoz, Lisboa, Aljezur e Montijo) e em Espanha (Mérida, Cáceres e Madrid). Participou também como artista convidado em encontros internacionais de artistas plásticos em Elvas (Ligação), Toledo (NEXO ART) e Mérida. Além disso, colaborou na ilustração de contos e obras gráficas, ilustrou seis livros infantis e tem novos projetos em vista nesta área. Realizou capas de livros, posters, logótipos e banda desenhada para a revista NOK.
Uma experiência particularmente construtiva e prazerosa teve lugar em Toledo, onde, a convite, participou num encontro internacional de artistas plásticos (NEXO ART) com artistas de Espanha, Alemanha, Irlanda, Cuba, Paraguai, Colômbia e Estados Unidos da América. Recebeu críticas muito positivas, com a imprensa a classificá-lo como "El português, o rejuvenescedor da velha vanguarda". Apesar disso, considera que todas as exposições são de grande importância, pois são oportunidades para mostrar o seu trabalho. As peças expostas na sua mais recente coleção refletem a procura de novos focos artísticos, onde o lugar ganha peso na arte contemporânea, inspirada nas suas vivências, no apego às memórias e na busca de vestígios desses momentos de paz e sossego.
A sua pintura tem evoluído ao longo do tempo, baseando-se na representação do mundo à sua volta e nas emoções transmitidas por cada história. É um expressionista que tem criado o seu próprio caminho, com um estilo marcado pela força da cor e pela expansão das linhas além das formas. Um contador de histórias que gosta de mostrar o mundo como o vê, e não apenas como ele é.
Artisticamente, gosta de se expressar de várias formas: desenho, escultura, pintura de azulejos de alto fogo e ilustração. No entanto, é na pintura que se expressa mais livremente, tanto tematicamente como tecnicamente, e onde reúne tudo o que desenvolve nas outras áreas artísticas. Inicialmente, explorava a pintura a óleo, mas ao longo do tempo, com a exploração de novos materiais, optou preferencialmente pela pintura acrílica.
O seu trabalho artístico é uma resposta ao que considera belo e revela a sua visão do mundo. É na pintura que se sente feliz, em paz, inundado por um prazer quinestésico puro, sem outros objetivos que não a enorme satisfação de criar algo. Antes da apreciação dos outros, há um sorriso que surge quando termina uma obra.
Afirma não ter grandes pretensões artísticas, além de continuar a pintar, esculpir, desenhar e escrever ao longo da sua vida, deixando um testemunho do seu olhar e sentir sobre as coisas, e partilhando o seu trabalho com os outros.
“As lágrimas de um desenhista são as suas mãos que as derramam.” N.E.